Fevereiro 2011 - Na 6ª feira fui ver uma peça fantástica no Teatro do Bairro que abriu no início deste mês no Bairro Alto. A peça chama-se “Vida de Artista”, da autoria de Luísa Costa Gomes e conta com a participação de Manuela Couto, Margarida Vila-Nova e Adriano Luz, encenados por António Pires. Durante 1H30 mais ou menos (não contei e nem tive o impulso de olhar para o relógio, de tão absorvida que estava naquela interpretação), assistimos a uma mistura de linguagens, vimos várias cenas dentro de uma cena, várias peças dento de uma peça, assistimos na peça ao processo de construção da peça, à leitura do texto, às dúvidas, vimos na peça as repetições típicas do processo criativo (que nunca são como repetir uma equação matemática e chegar a um resultado, nunca se sabe de cor, porque vai ser sempre diferente sem a gente saber, apanha-nos desprevenidos, não se controla, repetimos então só para segurar a técnica porque o resto é da conta do espírito), assistimos a diferentes registos de representação, seja o de novela, seja o de cinema,o de anúncio, seja dramático, seja cómico, seja antigo, seja moderno; e o que mais gostei foi ver pessoas com diferentes relações entre elas a criar personagens com outras relações entre elas. Pessoas a criar pessoas, relações a criar outras relações, numa teia entre realidade e ficção, muito fina, frágil, que facilmente se confunde, se arrisca. Sem dúvida brilhante:)
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